segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Dependente de você

Já não tenho motivos para ficar
Esquivando-me de você.
Preciso que você me encontre
Onde ninguém mais
Possa me procurar.
Que você me olhe
Do jeito que só quem ama
Sabe enxergar.
Preciso que você me queira
Sem a pretensão
De me largar depois.
Que você me ame
Por mim, por você,
Por nós dois...
Preciso que você me admire
Sem permitir
Que eu queira ser perfeito.
Que confie em mim
Com a força do sentimento
Que pulsa aqui no meu peito.
Sobretudo, preciso que você
Mergulhe comigo nessa paixão
E que jamais permita
Que eu expulse esse amor
Do meu coração. 
                     
                                                                                                     (Autor: Marcos Lopes)
Crônica Urbana

O homem inquieto dentro do terno
Freia quando fecha o sinal
E observa o menor correndo
Pela contramão vicinal.
Vestindo um modelo importado
Movido a álcool e gasolina
O homem aciona as travas
Dos vidros laterais e de cima.
Atrás de sua gravata de seda
Chama ao celular a polícia:
E grita e berra e desespera,
Toda sua cólera esguicha!
E vêm os homens da lei
Cheios de toda uma razão
Conduzir o pequeno infrator
E encarcerá-lo a detenção.
Logo chegam os jornais
Com suas paginas sombrias
Para narrar a nobre ação
Do benfeitor daquele dia.
Cobre-lhe de homenagem a câmara,
De medalhas condecora-lhe o estado
E para portar a chave da cidade
Seu honroso nome é requisitado.
Mas se abrisse a janela o carro
E pudesse o homem olhar ao redor
Logo perceberia a injustiça
E talvez pensasse melhor.
Veria que aqueles trapinhos
Que conduziam o pobre menino,
Seriam sua intransferível herança,
Trapalhadas do insano destino;
E as pernas bambas que corriam
Como a procurar confusão
Apenas tentavam enganar
A barriga que não tinha pão.
O barraco imitando um casebre,
O pai que a pinga levou
E a mãe que o emprego mendiga
São dotes que a vida deixou.
Então o homem olharia para si,
Para o menino com sua sina.
E diante do carro de luxo,
Aquisitado com bens de propina,
Chamaria os jornais de plantão
E culpado se confessaria.
Então na sombra de sua cela

A consciência tranquila dormiria.  
                                                                                                            (Autor: Lourival Lopes)
"Contraditório"

O amor é um sussurro
Que grita dentro do peito
E quanto mais o calamos
Mais se revela em um olhar.
Calam-se todas as palavras,
Corrompem-se todas as virtudes,
Caminha-se solitário
Em multidões de sentimentos;
Mas ele o errante amor
Não se conforma em ser imperfeito.
Quanto mais estamos distantes,
Mais ele nos aproxima.
Quanto mais o procuramos esquecer,
Mais presente é a lembrança.
E o que seria dos que se opõem
Se esse louco não buscasse
Incansavelmente os unir?
Até o tempo, eterno carrasco,
Não é capaz de sufocar as chamas
Da fogueira infinita
De um inocente amor.
Esse amor errante:
-Um grito que sussurra,
Dois olhares que se falam
E revelam-se nos desejos
Mais caprichosamente escondidos.
Esse amor que quando acontece
Até os silêncios falam.
As imperfeições transformam-se
Em virtudes,
O querer vira sentimento único...
E aquela que procuramos não ver
É a mais desejada.
Esse amor que nos deixa loucos
Com a plena certeza
Daquilo que somos e queremos.
É esse amor que faz
Quando estamos juntos
Desejarmos o infinito, a eternidade;
E na eternidade infinita
De um momento,
Morrermos juntos
E abraçados para sempre,
É o mesmo amor que nos faz
Vivermos distantes
Para não apagarmos
O que de mais perfeito

Sentimos um pelo outro.
                                                                                                       
                                                                                                    (Autor: Lourival Lopes)

domingo, 9 de março de 2014

Seus Olhos.

Olhos negros e misteriosos
Que escondem a sua essência.
O negro dos teus olhos
É como as noites sem luar
Que parece nos convidar a admirar as estrelas.
Os mistérios que neles se escondem
Levam-me a um mundo onde poucos já habitaram.
Perco-me nesses olhos que sorriem para mim
Enquanto você está falando.
Enlouqueço no mistério desse seu olhar profundo
Que deixa sempre uma vontade de querer decifrá-lo.
Olhar negro como a noite,
Profundo como o oceano,
Misterioso como a vida
E lindo como você. 
                                                             Autor: (kosme lopes)


Bonequinha!


A primeira vez que a vi 
Ela estava dormindo,
Parecia um anjo sorridente que sonhava.
Ao despertar seus belos olhos fulminantes 
Olhavam para mim.
E sorriam...
Um sorriso terno e inocente
Que me convidava a beijá-la.
Sem querer mordeu os lábios e acariciou os cabelos.
Lindos cabelos loiros e ondulados.
Era a mulher mais bela que já vi,
Um misto de delicadeza e ousadia.
Assim era a minha prima Evelyn,
Uma bonequinha linda e encantadora.
No dia seguinte me arrasou.
Saiu da minha vida sem dizer adeus.
Ah, bonequinha! Se soubesses que sofro por ti,
Se soubesses o que sinto no peito...
Certamente, bonequinha! 
voltaria pra mim...