segunda-feira, 20 de outubro de 2014

"Contraditório"

O amor é um sussurro
Que grita dentro do peito
E quanto mais o calamos
Mais se revela em um olhar.
Calam-se todas as palavras,
Corrompem-se todas as virtudes,
Caminha-se solitário
Em multidões de sentimentos;
Mas ele o errante amor
Não se conforma em ser imperfeito.
Quanto mais estamos distantes,
Mais ele nos aproxima.
Quanto mais o procuramos esquecer,
Mais presente é a lembrança.
E o que seria dos que se opõem
Se esse louco não buscasse
Incansavelmente os unir?
Até o tempo, eterno carrasco,
Não é capaz de sufocar as chamas
Da fogueira infinita
De um inocente amor.
Esse amor errante:
-Um grito que sussurra,
Dois olhares que se falam
E revelam-se nos desejos
Mais caprichosamente escondidos.
Esse amor que quando acontece
Até os silêncios falam.
As imperfeições transformam-se
Em virtudes,
O querer vira sentimento único...
E aquela que procuramos não ver
É a mais desejada.
Esse amor que nos deixa loucos
Com a plena certeza
Daquilo que somos e queremos.
É esse amor que faz
Quando estamos juntos
Desejarmos o infinito, a eternidade;
E na eternidade infinita
De um momento,
Morrermos juntos
E abraçados para sempre,
É o mesmo amor que nos faz
Vivermos distantes
Para não apagarmos
O que de mais perfeito

Sentimos um pelo outro.
                                                                                                       
                                                                                                    (Autor: Lourival Lopes)

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